Veja o que foi discutido na audiência com o secretário Risolia

No dia 9, o secretário Wilson Risolia recebeu o Sepe em audiência. A avaliação do Sepe é que não houve mudanças, não tem nada de novo no cenário e que teremos grandes dificuldades de algo novo até terça feira dia da assembleia. Veja os detalhes da audiência:

GLP: ele apresentou uma avaliação de que houve avanços significativos nos últimos seis meses e citou o “difícil acesso”, “capacitação dos professores”, “enquadramento por formação” e “GLP”. Segundo ele, todos esses programas custarão à secretaria R$ 500 milhões. Disse não haver condições nenhuma de que aconteça o reajuste salarial neste momento; que ele tem se reunido toda semana com o secretário de Planejamento Sergio Ruy e que houve uma queda na arrecadação nos últimos meses; Risolia acredita que somente depois de junho é que poderá, com base na arrecadação, avaliar o quadro. Além disso, ele afirmou que tem muitas preocupações com a folha de pagamento dos aposentados, que seria alterada caso haja reajustes na folha da ativa.

O Sepe respondeu que as medidas tomadas são, na verdade, direitos da categoria; direitos que deveriam estar sendo respeitados há muito tempo. Um exemplo é a GLP, que hoje, segundo o próprio secretário, tem 10 mil professores a recebendo. Como o total dos profissionais chega a 93 mil, portanto uma medida que não atinge nem 10% da rede. Ainda segundo o mesmo, o orçamento para este ano já está fechado e só haverá mudanças se a receita melhorar, mais que não assume nenhuma posição prévia.

Conexão Educação: o secretário reafirmou várias vezes a importância do lançamento de notas; disse que acha muito ruim a posição do Sepe de defender o boicote ao Conexão. Apesar disso, não há nenhuma medida punitiva prevista para aqueles que não lançarem as notas, mas que existe uma portaria que coloca o lançamento como mais uma função do professor.

Dissemos que os professores não tem condições de realizar o mesmo trabalho diversas vezes. Argumentamos que a discussão sobre o conexão é de cunho pedagógico; queremos fazer esta discussão, pois não reconhecemos este projeto por discordar da linha meritocrática baseada nas avaliações externas, desconsiderando a realidade das escolas e os processos didáticos pedagógicos de cada professor em suas disciplinas.

No entanto, para o secretário este projeto continuará sendo importante, pois garante informações imediatas a secretária sobre o desempenho das escolas e possibilitando assim medidas mais eficazes. Retrucamos que hoje o mais importante é a valorização salarial e investimento na estrutura física das unidades escolares, melhorando assim as condições de trabalho e também a reabertura de espaços para discussão pedagógica dentro das unidades.

Greve: o secretário mostrou muita preocupação com a greve, pois não gostaria de ver que os alunos poderão ser prejudicados ao não participarem do Saerj, dia 29, e da Prova Brasil, instrumento de avaliação externa que mede os índices de qualidade do ensino e que necessitam ser alterados positivamente pelo governo.

Apresentamos que o movimento está em crescimento e que alguns pontos são essenciais: reajuste salarial de 26% emergencial, plano de carreira dos funcionários, incorporação total do Nova Escola, regulamentação da função dos animadores culturais, eleição direta de diretores.

Animação cultural: o secretário, disse que tem implicações jurídicas no processo, que ele pessoalmente está conversando com o Ministério Público sobre a situação, mas que qualquer medida de reajuste que sair para os profissionais da educação, quando sair, eles também serão beneficiados.

Audiência com o Cabral: insistimos para que o secretário intermediasse uma reunião com o governador, pois entendemos que o governo precisa tomar uma decisão política sobre as reivindicações apresentadas. Ele disse que vai tentar, mas não prometeu nada.

Sobre o ponto: ele disse que a greve é um direito de todos os trabalhadores, assim como é um direito do governo cortar o ponto; respondemos que, caso haja corte, não faremos a reposição dos dias. Ainda sobre a greve, ele disse que não existe nenhuma orientação de proibição da entrada do Sepe nas unidades escolares.

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Com eles se compromete, dentro do tempo, para com eles lutar.
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